Simples Nacional em 2026: escolha estratégica para micro e pequenas empresas
Em 2026, o Simples Nacional muda radicalmente: micro e pequenas empresas enfrentarão uma bifurcação tributária decisiva. Manterão o modelo atual via DAS ou adotarão o recolhimento “por fora” do CBS/IBS, com direito a crédito fiscal.
Essa escolha vai muito além da burocracia. Define competitividade no varejo e na prestação de serviços (B2C) ou abre portas para créditos tributários em vendas para outras empresas (B2B). Com janelas semestrais de opção e impactos jurídicos em contratos, a decisão requer planejamento e orientação especializada para transformar complexidade em vantagem estratégica.
O que está em jogo em 2026: riscos e oportunidades
Em 2026, o Simples Nacional atinge um ponto de inflexão: a unificação tributária que vigorou até hoje se desdobra em duas rotas. Essa bifurcação exige que micro e pequenas empresas avaliem, com atenção redobrada, o impacto no fluxo de caixa e na competitividade.
Manter o recolhimento “por dentro” garante simplicidade no pagamento único via DAS, mas sacrifica o direito a créditos de CBS/IBS e pode gerar acúmulo de obrigações acessórias. Já a via “por fora” exige apurações separadas, mas abre espaço para recuperação de tributos e ganhos em contratos B2B.
- Riscos: aumento de burocracia, multas por falhas em obrigações acessórias e potencial estrangulamento de caixa;
- Oportunidades: acesso a créditos fiscais, maior poder de negociação em vendas para empresas e otimização de margem;
- Decisão semestral: janelas de opção em abril e setembro transformam essa escolha em ferramenta estratégica contínua.
Com esse novo patamar de complexidade, planejar cada movimento passa a ser tão crucial quanto apurar impostos.
Modelos de recolhimento: por dentro x por fora
No modelo por dentro, o Simples Nacional mantém a apuração unificada via DAS, sem direito a crédito de CBS/IBS. Essa opção é ideal para empresas B2C, como padarias, salões de beleza e lojas de roupas, que atendem diretamente o consumidor final e priorizam a simplicidade operacional e o fluxo de caixa ágil.
Já o modelo por fora separa a apuração de CBS e IBS, concedendo ao cliente empresarial (B2B) o direito de crédito tributário. Essa alternativa beneficia setores como gráficas, consultorias e prestadores de serviço que vendem para outras empresas, reduzindo o custo efetivo das operações. Em contrapartida, exige controles fiscais mais rigorosos e o cumprimento de novas obrigações acessórias.
- Por dentro (B2C): recolhimento único via DAS, sem direito a crédito; menor burocracia e custos operacionais.
- Por fora (B2B): apuração separada de IBS/CBS, com direito a crédito; maior complexidade e necessidade de sistemas de controle fiscal.
Fluxo de caixa e crédito tributário
No modelo por dentro, todas as alíquotas do Simples Nacional são consolidadas no DAS, gerando uma única cobrança mensal. Na prática, isso traz previsibilidade: o empreendedor sabe exatamente quanto sairá do caixa. Por exemplo, uma padaria que recolhe R$ 1.200 via DAS não precisa se preocupar com apurações adicionais ou provisionamento de créditos tributários, o que simplifica o controle financeiro e reduz demandas de sistema.
Já no modelo por fora, a empresa apura CBS e IBS separadamente, o que exige desembolso adicional para cumprimento das novas obrigações. Em contrapartida, o imposto pago pode se transformar em crédito fiscal, diminuindo o custo efetivo das vendas B2B. Imagine uma gráfica que paga R$ 2.000 de IBS/CBS em um mês: ela poderá abater parte desse valor nas faturas seguintes, melhorando a margem líquida, mas precisa manter provisões e registro detalhado dessas operações.
- Fluxo de caixa: no por dentro, mais estável; no por fora, exige provisão para pagamentos adicionais.
- Crédito tributário: indisponível no modelo unificado; disponível no modelo separado, reduzindo custos em vendas corporativas.
- Gestão operacional: menor no por dentro; maior no por fora, com sistemas de controle e obrigações acessórias.
Para micro e pequenas empresas, a escolha impacta diretamente o capital de giro. É fundamental simular cenários de pagamento e crédito antes de optar, garantindo que o caixa suporte tanto as novas demandas quanto as oportunidades de recuperação tributária.
O papel estratégico do contador no novo Simples
Com as mudanças no Simples Nacional, o planejamento tributário ganha protagonismo para evitar surpresas e maximizar oportunidades. Contar com um contador consultivo significa avaliar impactos antes de cada janela de escolha e estruturar ações que suportem a operação durante todo o semestre.
As janelas de opção em abril e setembro funcionam como marcos decisórios: a cada período, o empresário deve revisar cenários e antecipar necessidades de caixa, custos e créditos fiscais. Nessa etapa, o contador atua como guia, apresentando projeções e facilitando a tomada de decisão.
- Simulação de cenários: comparação de fluxo de caixa no modelo por dentro e por fora
- Análise de margens: identificação do ponto de equilíbrio e do ganho efetivo com créditos
- Mapeamento de riscos: verificação de obrigações acessórias e penalidades em caso de descumprimento
- Planejamento semestral: definição de prazos e acompanhamento contínuo das mudanças regulamentares
Essa abordagem preventiva transforma a atuação do contador em verdadeira alavanca de vantagem competitiva, permitindo que micro e pequenas empresas tomem decisões mais seguras e alinhadas com seus objetivos de crescimento.
Aspectos jurídicos: contratos e compliance
As mudanças no Simples Nacional exigem revisão minuciosa dos contratos de prestação de serviços e de sociedade para refletir a nova dinâmica tributária.
Inclua cláusulas claras sobre repasse de tributos, definindo quem arcará com CBS/IBS e em que momentos esses valores serão ajustados.
- Responsabilidade pelo tributo: especifique se o cliente ou o prestador fará o recolhimento e o repasse ao fisco;
- Reajustes de preço: determine critérios para revisar valores contratados em função de alterações nas alíquotas;
- Mudança de regime: preveja procedimento e prazo para ajuste contratual caso a empresa altere o modelo de recolhimento;
- Sanções e penalidades: estabeleça consequências para descumprimento de obrigações acessórias e fiscais.
Além dos contratos de prestação, recomenda-se revisar acordos societários, garantindo que sócios entendam riscos e responsabilidades solidárias.
Para evitar litígios, adote políticas de compliance que incluam:
- Mapeamento de obrigações acessórias e prazos de entrega;
- Procedimentos de controle interno para apuração de CBS/IBS;
- Registros detalhados de notas fiscais e créditos tributários;
- Treinamento de equipes sobre mudanças legislativas.
Essas medidas jurídicas e de compliance previnem conflitos, reduzem riscos fiscais e fortalecem a segurança jurídica da empresa.
Sinergia entre contabilidade consultiva e jurídico preventivo
A união entre contabilidade consultiva e jurídico preventivo transforma a complexidade tributária em vantagem competitiva. Ao trabalhar de forma integrada, essas áreas antecipam riscos, orientam decisões e garantem segurança em cada etapa do negócio.
Boa parte dos desafios surgem na interface fiscal e contratual. Para superá-los, a equipe contábil e a assessoria jurídica devem atuar em conjunto desde o planejamento até a execução, garantindo visão completa e mitigando falhas.
- Reuniões periódicas: alinhamento de estratégias tributárias e jurídicas antes de cada janela de opção;
- Checklists integrados: mapeamento de obrigações acessórias e cláusulas contratuais indispensáveis;
- Relatórios combinados: projeções de impacto fiscal e revisões contratuais em um único documento;
- Fluxos de aprovação sincronizados: prazos e responsáveis definidos para cada etapa de compliance;
- Capacitação cruzada: treinamentos conjuntos para contadores e advogados sobre mudanças legislativas.
Essa colaboração contínua reduz retrabalhos, fortalece a conformidade e oferece orientação assertiva para micro e pequenas empresas enfrentarem o novo Simples Nacional.
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- Fluxo de caixa e consultoria financeira.
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Fonte Desta Curadoria
Este artigo é uma curadoria do site Portal Contabeis. Para ter acesso à matéria original, acesse Reforma Tributária: Simples Nacional ganha complexidade em 2026