IRPF 2025: mais de 60% das declarações retidas na malha foram liberadas por autorregularização

O IRPF 2025 movimentou 45,6 milhões de declarações entre 17 de março e 23 de setembro de 2024. Destas, quase 4 milhões ficaram retidas na malha fiscal, mas mais de 66% dos contribuintes regularizaram seus dados sem precisar de fiscalização.

Esse alto índice de autorregularização demonstra como o acesso facilitado à situação fiscal e às orientações da Receita Federal pode evitar atrasos na restituição, multas e exigências extras. Nesta curadoria, vamos explorar as razões mais comuns para cair na malha, o perfil das declarações ainda pendentes e dicas práticas para manter sua declaração livre de inconsistências no próximo exercício.

O que está em jogo ao cair na malha fiscal

Ter a declaração retida na malha fiscal vai muito além de um simples aborrecimento: é um sinal de que seu histórico tributário ficará sob maior escrutínio, podendo gerar consequências financeiras e operacionais indesejadas.

• Atrasos na restituição: enquanto sua declaração não é regularizada, o pagamento do valor a restituir fica suspenso, impactando seu fluxo de caixa.
• Multas e juros: inconsistências podem resultar em penalidades automáticas pela Receita Federal, elevando o custo final do imposto devido.
• Exigências fiscais adicionais: a Receita pode exigir documentos e esclarecimentos, tornando o processo mais burocrático e demorado.
• Risco de auditoria aprofundada: casos recorrentes ou valores elevados aumentam a probabilidade de fiscalizações futuras, elevando ainda mais a carga de trabalho e a ansiedade.

Entender essas consequências é o primeiro passo para adotar práticas preventivas e manter sua tranquilidade fiscal.

Autorregularização: a solução adotada por mais de dois terços dos contribuintes

A autorregularização é um processo simplificado que permite ao contribuinte identificar e corrigir inconsistências na própria declaração antes de qualquer ato fiscalizatório da Receita Federal. Através do portal e-CAC ou do sistema do IRPF, o contribuinte acessa um relatório de pendências, faz as alterações necessárias — sejam ajustes de valores ou inclusão de documentos comprobatórios — e reenvia a declaração de forma eletrônica.

• Consulta de pendências: via login no e-CAC ou aplicativo do IRPF.
• Correção de dados: ajuste de rendimentos, deduções e informações cadastrais.
• Reenvio automático: a declaração corrigida é recepcionada pela Receita sem gerar novo protocolo.

Entre 17 de março e 23 de setembro de 2024, a Receita Federal processou 45.645.935 declarações do IRPF 2025. Dessas, 3.971.267 (8,7%) ficaram inicialmente retidas, mas mais de 66% foram liberadas após autorregularização, sem necessidade de diligência ou multa. Esse percentual expressivo evidencia a eficácia da ferramenta em promover conformidade fiscal de forma ágil e autônoma.

Principais motivos de retenção em 2025

Em 2025, quatro fatores concentraram a maior parte das retenções na malha fiscal, refletindo pontos de atenção para quem declara:

• Deduções – despesas médicas (32,6%): erros na comprovação ou lançamentos inconsistentes em despesas médicas continuam liderando as retenções, já que esse tipo de dedução costuma gerar alertas automáticos.
• Omissão de rendimentos (30,8%): rendimentos não informados pelo titular ou dependentes, especialmente de fontes como aluguéis ou atividades autônomas, aparecem em segundo lugar nas pendências.
• Deduções – exceto despesas médicas (16,0%): lançamentos incorretos em educação, pensão alimentícia e outras deduções somam uma fatia relevante dos ajustes exigidos.
• Diferenças no IRRF (15,1%): divergências entre o imposto retido na fonte declarado e o informado pelas fontes pagadoras na DIRF provocam retenções que podem ser corrigidas com o cruzamento de dados.

Compreender esses pontos facilita a conferência prévia dos dados e reduz as chances de cair na malha fiscal.

Análise do perfil das declarações ainda retidas

No total de 1.292.357 declarações ainda retidas, a distribuição reflete perfis e necessidades distintas:

• Restituição (69,2%): 894.580 declarações – contribuintes aguardando recuperação de valores, com impacto direto no planejamento financeiro e no fluxo de caixa pessoal.
• Imposto a pagar (27,9%): 360.018 declarações – quem ainda precisa recolher tributos, enfrentando planejamento orçamentário mais apertado e possibilidade de multas e juros se não regularizar a tempo.
• Saldo zero (2,9%): 37.759 declarações – contribuintes sem valores pendentes, mas sujeitos a comprovar informações para liberar a situação fiscal e evitar autuações futuras.

Esse panorama revela que a maior parte dos contribuintes está na expectativa de restituição, aguardando correções que desbloqueiem o crédito. Paralelamente, uma fatia significativa deve se preparar para quitar débitos e não arcar com encargos extras. Já os casos de saldo zero, embora minoritários, reforçam a necessidade de revisar todos os dados, mesmo quando não há valores a pagar ou receber.

Como evitar pendências e garantir conformidade no próximo IRPF

Planejar a declaração ao longo do ano é a melhor forma de reduzir riscos de cair na malha fiscal. Siga estas orientações baseadas nas ferramentas e iniciativas da Receita Federal para minimizar erros comuns e agilizar o processamento:

• Organize documentos: mantenha em ordem informes de rendimentos, recibos de despesas médicas e comprovantes de educação, com CPF/CNPJ dos prestadores.
• Use o pré-preenchimento: importe dados de anos anteriores e dos informes de rendimentos, mas revise cuidadosamente cada campo antes de enviar.
• Consulte pendências no e-CAC: antes da entrega, acesse o portal para verificar alertas automáticos e corrigir inconsistências.
• Valide cruzamento de dados: confira nomes, CPFs de dependentes e informações de instituições financeiras para evitar divergências com a DIRF.
• Simule o imposto no programa IRPF: teste diferentes cenários de dedução para garantir que valores e limites estejam corretos.
• Acompanhe as “Cartas da Receita”: utilize as orientações específicas publicadas anualmente para sanar dúvidas sobre lançamentos e documentos exigidos.

Finalizada a revisão, envie a declaração dentro do prazo e guarde todos os comprovantes por, no mínimo, cinco anos. Esses cuidados reduzem a chance de retenção e garantem sua tranquilidade fiscal.

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Fonte Desta Curadoria

Este artigo é uma curadoria do site GOV.BR. Para ter acesso à matéria original, acesse Mais de 60% das declarações retidas na malha do IRPF 2025 já foram liberadas por autorregularização